ALPN dirigiu uma Carta Aberta à Ministra da Administração Interna

A ALPN - Associação Alojamento Local Porto e Norte dirigiu uma Carta Aberta à Ministra da Administração Interna, na qual manifesta as suas preocupações em relação à insegurança que se tem verificado na cidade.
Transcreve-se infra o conteúdo da Carta Aberta enviada.
Carta Aberta
A Sua Excelência a Senhora Ministra da Administração Interna,
Dra. Margarida Blasco
A Associação Alojamento Local Porto e Norte (ALPN) está profundamente preocupada com a crescente crise de segurança que assola o país e, em particular, a cidade do Porto.
Os mais recentes relatos e notícias vindas a público que, serão certamente do conhecimento de V/Exa., denunciam crimes, furtos, roubos, assaltos, violações e um aumento generalizado da violência, têm trazido para a sociedade civil um sentimento de insegurança no presente e sobre o que poderá acontecer no futuro próximo.
Temos tomado conhecimento de pessoas que têm receio de sair à rua porque já foram assaltadas, outras impedidas de se deslocarem livremente com medo de serem a próxima vítima, vários negócios vítimas de vandalismo e com receio de serem tomados de assalto, turistas que são espancados em plena luz do dia, viaturas com vidros partidos que foram assaltadas a qualquer hora do dia ou da noite, assaltos a residências e até a espaços de acolhimento turístico, já para não falar do sentimento de medo na vida noturna na cidade que tem vindo a aumentar de há algum tempo a esta parte, sem que se vejam medidas de contenção efetiva.
Os nossos associados e os hóspedes a quem prestamos o nosso serviço de alojamento turístico estão receosos e, a manter-se esta situação, corremos o risco sério de ver diminuído o interesse pelo nosso país, quando temos vindo a assistir, impávidos e serenos, à descida no ranking dos países mais seguros - já descemos do 3º lugar para o 7º num espaço de 2 anos.
A Associação Alojamento Local Porto e Norte está muito preocupada com toda esta problemática, uma vez que impacta, diretamente, na atratividade turística do país e, em particular, da cidade do Porto, trazendo danos irremediáveis, a curto e médio prazo, para a sustentabilidade dos operadores privados e que, nesta atividade, foram responsáveis pela mobilização de cerca de 6 milhões de dormidas no ano transato.
Constatamos que existe falta de presença e/ou eficácia no policiamento de toda a cidade, mas principalmente nas zonas mais sensíveis e movimentadas, tendo já diversas entidades denunciado que é totalmente insuficiente e ineficaz no combate que é necessário e urgente levar a cabo no momento.
A manter-se esta situação, está-se a perpetuar uma insustentável falta do estado de direito, assistiremos a uma degradação da qualidade de vida dos locais, da atividade económica e ao aumento da instabilidade social.
Sabemos que uma das razões do sucesso e atratividade do nosso país para os turistas se deve à perceção de segurança, à simpatia das pessoas e ao saber bem receber, no entanto, com toda esta instabilidade, rapidamente, deixaremos de ser o país seguro que todos gostamos de transmitir a quem nos visita ou tenciona visitar.
As notícias que têm sido divulgadas não ficam dentro das nossas fronteiras e sabemos que, toda esta problemática, já ultrapassou largamente o razoável, estando numa apreensão crescente junto dos mercados emissores responsáveis pelo turismo nacional.
Por tudo isto e porque não queremos esperar por situações ainda mais gravosas, entendemos ser necessário uma exigência mais vigorosa na tomada de medidas de contenção, à semelhança do que em outras alturas já foi executado, reforçando assim os meios necessários, humanos e técnicos, para o combate eficaz, para o cumprimento da ordem pública que se exige, para a salvaguarda de pessoas e bens, e dos direitos de segurança, liberdade e tranquilidade para todos.
Dirigimo‐nos, pois, a V/Exa., Senhora Ministra da Administração Interna, Dra. Margarida Blasco, atenta como sempre, apelando a que não permita que estas ameaças à tranquilidade, à segurança e à liberdade de pessoas e bens, prossigam. Estamos disponíveis, dentro da razoabilidade e proporcionalidade com que possamos contribuir, para que sejam adotadas medidas como o policiamento de proximidade, segurança e vigilância de ruas, recurso a guardas noturnos, que possam surtir efeitos, mais ou menos imediatos, para o bem de todos.
O nosso grande objetivo é contribuir para evitar consequências trágicas no futuro de mais de 60.000 famílias portuguesas e do turismo de Portugal, por opções imperfeitas que não salvaguardam os direitos consagrados!
Apresento os meus melhores cumprimentos,
David Almeida
(Presidente ALPN)